quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Simplicidade

"Daqui a dez minutos talvez eu enlouqueça"
Ana Carolina


Sabe, você passou a vida inteira procurando sempre algo mais, passou todos os minutos perseguindo objetivos que, ouso a dizer, sempre foram alcançados. Você agora estufa o peito e conta todas as suas conquistas, esbanja inteligencia e persistência, mostra a todos o quão longe é capaz de ir e sabe que qualquer obstáculo é pequeno demais pra você. Mas eu vejo daqui, eu consigo ver que tudo isso não é o bastante. Hoje está aí em cima e todos olham pra você de um jeito diferente, você conseguiu o respeito da sua família, conseguiu obter a admiração daqueles que duvidavam de você e o orgulho daqueles que sempre acreditaram que conseguiria. Mas depois de tudo isso não era suposto que o sorriso que agora vejo no seu rosto fosse menos melancólico? O que houve com aquele menino de sorriso mole, que conversava besteiras nas tardes de domingo jogado na rede da minha casa? O que aconteceu com toda aquela vontade de viver, de ter uma familia grande, de nos encontrarmos sempre, de nunca deixar o tempo levar embora a amizade? Não, isso não é cobrança, mas sinto que você não fala mais com tanta naturalidade como antes, não sinto aquela sinceridade no olhar e nas palavras. Lembra de como era fácil passarmos dias junto com as mesmas pessoas conversando horas e horas sem se cansar? Lembra de como era divertido passar os fins de semana sem fazer nada além de comer pipoca e ver filme? Hoje nós sentimos falta exatamente das mesmas coisas, das mesmas pessoas, das mesmas noites discutindo coisas sem sentido nenhum, mas que faziam a barriga doer de tanto rir. Mas acho que você teve que ir longe demais pra perceber que tudo que queria já estava aqui, bem na sua frente. Eu não tive a experiencia de vida que você teve, não vi tudo que você viu, não conheci tantas pessoas que você conheceu, nunca ganhei um prêmio, nem mesmo na escola, nunca fui o melhor em coisa alguma, mas e daí?? Você teve que percorrer quilômetros e mais quilômetros pra perceber que não havia mais no mundo do que a simplicidade que vivia.
E então agora? A simplicidade ainda está aqui de fora, ainda temos os mesmos sentimentos, as mesmas saudades, ainda somos capazes de nos encontrar e conversarmos como se todos os anos não tivessem passado e você sabe que isso nunca vai deixar de existir. E quando você vier, com aqueles brilho nos olhos e com aquele sorriso largo vai perceber que aqui nunca deixou e nem vai deixar de ser o seu lugar.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Metade

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.




É tudo sempre muito intenso aqui dentro. As dores, as alegrias. A saudade dói assim como a alegria de tantas descobertas. Dói querer voltar, dói querer ficar. Dói sentir tanta falta daquilo que se foi e também dói em saber que tantas coisas ainda irão. Dói sempre transbordar tanto sentimento ao mesmo tempo, ter a cabeça tão cheia de nada e também de tanta informação e o coração cheio, cheio, cheio.
Sou agora metade: metade aqui, metade lá. Quero deixar metade de mim aqui quando partir, ao mesmo tempo que quero metade lá.
Sou saudade, alegria, deslumbre, melancolia e paixão.
Consegue imaginar algo tão incompleto e ao mesmo tempo tão cheio?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um fim de semana qualquer.






Um fim de semana por Dani e Raíza

Primeira dose da nossa querida e amada "TequilaOro"
Ilusão de ir pro Usual beber Jurupinga.. Era a Jurupigaa. E traz outra que a dinamarquesa tá pagando.. Fourteen, fourteen.!! E cadê a dinamarquesaaa?! Ficou perdida por ai... E a Raíza vai embora porque dizia ela que tava com dor de cutuvelo, seii seii bem vi!!! E a Jacque Nega fala um monte pra Danii que fica caladaa. E a Larii, foi pro BA?! hauahuahua E com quem a Lari veio emboraa?! E quem eram aqueles turcos?! Que foto foi essa de ontem? Cadê a Dinamarqueeeesaa!??

O outro dia é sempre o melhor da noite, ou o mais preocupante dele!
hauhuauahuahhuauhahuahua

;D

sábado, 17 de outubro de 2009

Festa

Então percebi. São sempre as mesmas coisas e as mesmas desculpas. E você se sabota sempre sem ao menos desconfiar de nada. São frases feitas e ali guardadas apenas pra não aceitar o seu fracasso, a sua derrota perante todos. Aliás, essa é a causa de tudo: os outros. Quando eles te incomodam tanto que você se sente desconfortável consigo mesma e então é hora de mudar, é hora de por o vestido preto pra ocasiões especiais, o salto 15 e o batom vermelho. É hora de sair correndo, de badalar em um lugar qualquer e sentir que só você existe naquele momento, é voltar a imaginar que aquela festa é só sua de novo, aquela sua festa que os outros chamam de vida.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Aqui.


É deslumbrante saber o quanto o mundo é muito mais do que a esquina da nossa casa. A gente se habitua a ver sempre as mesmas cores cinzas e escuras das cidades grandes, nos envolvendo com aquela fumaça torpe, mas a cada verde, a cada cidadezinha velha com jardins bem cuidados e igrejas monumentais, um brilho no canto do olho, um sorriso bobo na cara.
Tô aprendendo a apreciar o lado bonito das coisas ao mesmo tempo em que tento segurar a falta que me faz os que eu deixei pra trás. Pra esses quero dizer que a cada um desses lugares deslumbrantes, deixei um pouco de melancolia por não ter a presença de vocês pra compartilhar dessa beleza. Mas quem sabe, seja por tanta melancolia que os lugares sempre ficam mais bonitos pra quem olha do que realmente são.
Saudades.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Metades inteiras

Não, não dá mais pra continuar Helena. E não tente me convencer mais uma vez com todos os seus discursos de que eu estou apenas passando por uma má fase. Você sabe que tudo isso é muito mais do que uma simples fase.
No começo, quando tudo ainda era blues e jazz nos sábados à noite, nos barzinhos aconchegantes da cidade e eu acordava no outro dia com seu cheiro pelo meu corpo, roupas e cabelo. Quando nós ainda éramos mais do que esse simples casal no qual nos tornamos era tudo mais fácil, mais simples. E eu me sentia mais eu, sentia que me encontrava em você, via cada movimento e cada suspiro meu no reflexo dos seus olhos negros que pareciam águas sem fim, e eu poderia ficar ali, nadando a eternidade. Você também era melhor, nós eramos melhores juntos e sabíamos disso.
Você foi roubando pedaços de mim e se apoderava deles, se incorporava de cada gesto, riso e sentimento, assim como eu sentia que também tinha pedaços seus em mim. Éramos metades inteiras.
Mas você não entendeu quando eu disse que estava me perdendo. E olha, eu não estava falando de você me perder. Eu estava falando de mim. Você tinha me sugado todas as forças Helena, todas aquelas frestas que se guarda de si mesmo pra não se perder no meio do caminho. E eu me perdi. O que existia era o Ricardo marido da Helena e, às vezes, o gerente do banco. Mas nunca o Ricardo Faria, aquele com um grande sorriso no rosto e cara de menino deslumbrado com a vida. E tudo isso, o que você chamava de crise Helena, isso era eu. Era eu percebendo o quanto estava oco, o quanto não me pertencia mais. Quem eram os meus amigos se não os maridos de suas melhores amigas? E digo, isso não era apenas uma coincidência era? Você não os tinha feito meus amigos desde o primeiro dia em que visitaram nossa casa? Penso como me deixei ficar tão ausente de mim mesmo. E eu tentei me resgatar, entende? Eu tentei fazer de todas as formas você entender que eu tinha uma vida só minha e que eu precisava vivê-la sozinho, não que você não fizesse parte dela, aliás, era exatamente isso, você era parte dela e não ela inteira. Mas a cada dia que eu me sentia mais dono de mim, percebia que perdia um pedaço de você.
Será que não havia um modo de sermos de novo metades inteiras?
Assim como o tempo foi passando, fui descobrindo o quanto estava ausente do mundo, o quanto era alienado de mim, mas não deixava de reparar em você. E você estava sofrendo com isso não é Helena? E quantas vezes eu precisei te dizer que eu não estava traindo você, que eu ainda te amava e não havia razão para você pensar diferente? Quantas vezes eu tentei te explicar o que você nunca entendeu, o que você chamava de egoísmo. Você não conseguia viver sem alguém pra chamar de seu, pra ser ser preenchimento em naquele espaço vazio que guardamos lá dentro. Mas há diversas maneiras de se preencher esse espaço sabia Helena? E eu descobri que mesmo com você e nossa vida perfeita, esse espaço ainda continuava vazio, oco, pedindo mais. Ah não, por favor, não me venha com essa de loucura outra vez está bem?
Sabe, eu tentei, eu juro que tentei e fiz o melhor que eu pude pra nos salvar, pra te mostrar o que eu tinha enxergado, mas você continuava intacta e insistindo que tudo era uma fase e que íamos superar. Mas eu não consigo mais me esconder aqui dentro de novo Helena, não posso mais renunciar à mim assim como também não quero renunciar à você.
Talvez você entenda um dia e venha me procurar. Talvez também se encontre em um desses seus passeios matinais espairecendo a cabeça. Talvez nunca compreenda o que venho passando esses anos e continue pensando que te abandonei. Talvez compreenda, mas nunca me perdoe.
Mas você sabe Helena, no fundo você sabe que eu sempre estarei esperando você voltar com aquele sorriso de menina. Eu estarei esperando.

Seu, todo seu,
Ricardo Faria

sábado, 25 de julho de 2009

Londres, 24 de dezembro

Essa é mais uma daquelas cartas pra você, mais uma pra fazer companhia aos montes delas guardadas dentro de gavetas e armários, espalhadas por toda a casa. Mais uma pra te contar das alegrias, das saudades, do sucesso e do fracasso. Mais novidades que você nunca irá receber, mas mesmo assim gosto de mantê-las assim num pedaço de papel e acreditar que de algum jeito você sabe de tudo isso que eu escrevo.
Talvez você não saiba, talvez nunca tenha desconfiado o quanto eu me sentia bem quando estava ali com você. Mas era verdade e eu não conseguia demostrar, mas todas as vezes que me olhava, todas as vezes que me abraçava como se não existisse nada além de você e sua vontade de proteger todos de tudo, eu me sentia mais, eu sentia que saía de você tudo o que eu esperava sentir, melhor que isso, eu podia ver nos seus olhos que era verdade e eu podia acreditar, eu podia me deixar levar outra vez entende? E era tudo tão íntimo e natural, as besteiras não pareciam besteiras e ouvir você filosofando qualquer coisa sobre não dormir era a coisa mais bonita que eu poderia escutar naquela hora. E me pegar no meio de uma conversa sobre sair correndo por aí e te ver olhando pra mim segurando o riso, era algo impagável. Durante aquelas tardes eu pensava quanto tempo nós levamos para acreditar em tudo isso, quanto tempo gastamos fazendo as coisas erradas sendo que as certas estavam tão perto.
Não, não tudo isso estava longe de ser amor, mas havia uma coisa de pele. Além disso, havia uma coisa de carência, minha e sua. Eu era a companhia de alguém que não conseguia ficar sozinho e você era quem dava a atenção que eu sempre precisei, a pessoa que me olhava admirado, com valor, com respeito. Nós dois sabíamos porque estávamos ali, sabíamos que cobríamos as necessidades um do outro e era por isso que dava tão certo e era por isso que era tão simples.
Sabe, eu estou perto de chegar a mais um sonho, lembro de você me dizendo que não duvidava que eu chegaria onde quisesse. Engraçado quando todos confiam tanto em você quando nem temos tanta certeza das coisas assim. Eu confiava em você, eu tinha certeza de que um dia eu iria te encontrar passeando numa pracinha rodeado de criancinhas lambuzadas de algodão doce rosa. Típico seu. O super pai. Perto de você eu era mais uma criancinha, mais alguém pra ser cuidada, pra ser protegida. E não era muito difícil pra você fazer esse papel.
Faz dois anos que eu me tornei mãe você sabia? Acho que devo ter te contado sobre Alice em uma das tantas cartas que já te escrevi. Ela é um doce de menina, sabe como convencer qualquer gente grande com aqueles olhos cor de mel. Mas agora é ela que precisa de atenção, é ela que precisa ser protegida. E me dá medo pensar que eu posso não estar aqui quando ela precisar, me dá medo de eu não conseguir protegê-la do jeito que ela precisa. Me dá medo de ela se tornar o que eu me tornei, alguém frágil, amedrontada. Preciso dizer que ainda hoje sinto medo das coisas, ainda hoje sinto saudades dos seus braços ao meu redor, me dizendo que você estava ali e isso bastava.
Mas eu já não posso me dar ao luxo de demonstrar fraqueza, tem alguém ali no quarto ao lado que espera que eu seja a mulher mais forte do mundo. Mas isso eu já estou acostumada a fingir, desde que você foi embora eu me tornei uma muralha e, ainda que casca, sustenta uma família inteira.
Tento imaginar você e suas criancinhas hoje no parque.
Sinto saudades de tudo o que não pude ver.
Qualquer dia desses, esbarro com você numa dessas esquinas.

Com amor,
Clara.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Running away

Antes era um sonho, um querer desalinhado de sair por aí e conhecer o mundo, de sair dessa vida que sempre pedia mais... por mais que já tivesse tudo, ou quase tudo. Antes era quase um capricho, coisa de menina deslumbrada com as belezas que se pode encontrar mundo a fora. Antes era quase conto de fadas, agora é fuga, é medo, é vontade de mudar, de esquecer.
Tô me mudando, me mandando daqui, to atravessando o atlântico pra encontrar o que for que seja do outro lado. O importante é que vou encontrar seja lá o que isso for. E depois... bom, depois eu descubro o que fazer com isso.

sábado, 27 de junho de 2009

Older

Abro a página de novo. Hoje eu vou escrever, hoje o texto vai sair. É, eu até tenho uma história pronta na cabeça. Mas ela já dói tanto aqui dentro, não quero trazê-la pra fora. Me dá preguiça de pensar em escrevê-la, aliás me dá preguiça de tentar me expressar.

Ando meio assim agora sabe? Dei pra virar anti-social, anti-festa, anti-over-animação. Comecei a assistir filmes de velho-oeste com o meu pai, a falar de moda com a minha mãe, a jogar baralho com o meu avô. Felicidade de velho, diz a minha mãe.

Talvez seja isso, talvez tenha passado tempo demais aqui dentro.

"Tô precisando mudar", disse esses dias e escutei em resposta: "Você anda querendo é se esconder!"
Acho que isso eu já fiz há muito tempo, agora preciso mesmo é me encontrar.


"A hundred days have made me older
since the last time that I saw your pretty face"

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Segredo.

-Posso te contar um segredo?
-Uhum...
-Você estava fazendo ele muito feliz! Então não é pra você ficar triste!

E entre a felicidade e a imensa tristeza contidas nessa frase eu desabei de novo.
Meu muro que nem ao menos tinha conseguido começar a reconstruir se ruiu e sem chances de recuperação. De todas as vontades que já tive, nunca quis tanto mudar a ordem das coisas. Nunca quis tanto reviver um momento.
Já me cansei de escrever, já me cansei de chorar.
Essa dor, eu não sabia, é algo que não sara.
A mente tá oca, vazia, vaga.
As palavras estão poucas.


"Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempre
A vida continua
Os caminhos não são tão simples, temos que seguir
Viajo em pensamentos
Uma estrada de ilusões que eu procuro dentro do meu coração

Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você não vai passar..."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ainda tá difícil. Tem trabalho, tem prova, tem festa, tem o resto dos amigos. Mas não tem você. Tão estranho quando a dor começa a ficar latente, a gente começa a se acostumar com ela. A saudade começou a fazer tanta parte de mim que às vezes me sinto inteira falta. Cheguei à conclusão de que posso perder de tudo nessa vida. Mas não posso perder pessoas.
Em especial eu não podia perder você.
Encontrei um cartão que você me deu ontem.
Doeu. Deu vontade de correr. Aliás, ultimamente vivo com essa vontade louca de sair correndo pra bem longe. Sair correndo até o fôlego acabar, as pernas bambearem, o lugar ficar desconhecido e não haver pessoas ao redor.
Outra coisa que percebi é que criei um mecanismo de defesa contra tudo isso. A cada lugar que eu olho, a cada carro que eu vejo eu espero ardentemente que seja você vindo. A cada perfume que eu sinto, consigo reconhecer exatamente qual era o seu cheiro.
Ainda espero que alguém me acorde disso tudo.

O difícil é pensar o quanto podia ter sido e não foi.
O difícil é pensar o quanto seria e não poderá ser.

Tá difícil.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Você

"Lembro das tarde que passamos juntos
Não é sempre mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais."
Legião Urbana



Eu escrevi pra você hoje sabia? Meu último texto postado foi pra você. Pouco antes da Cris me ligar e eu escutar a frase mais desesperadora que alguém já tinha me dito. Sim, o moreno chocolate perfumado de um metro e oitenta era você. E eu estava incrivelmente brava por você não ter me ligado pra confirmar o nosso programa de sábado. E eu tinha acabado de te mandar uma mensagem. O que eu sinto agora é como se eu estivesse caindo, caindo, caindo... e não tivesse nada em que eu pudesse me agarrar. Como naqueles sonhos em que depois de tanto cair você acorda com aquele pulo. Só que hoje eu não acordei. Hoje não era um sonho.
Quando você durmia tinha esses tiques e pulos e quando eu te dizia, você ria e não acreditava. "Eu nem estava durmindo!". A lembrança que não sai da minha cabeça agora é do último dia que eu te vi. Você ali deitado do meu lado mexendo no meu cabelo enquanto eu durmia e quando acordei você sorriu pra mim um sorriso sereno, calmo: "Branquela durminhoca!".
Agora eu fico pensando quantas vezes eu quis te ligar só pra conversar coisa a toa e não liguei com aqueles medos bobos, aquelas minhas paranóias de sempre. Fico pensando aqui comigo quão injusto é tudo isso, o quanto você não merecia ter ido embora assim, de um jeito tão bruto, quase desumano. Fico imaginando também o quanto você fará falta. É... você era um cara querido! Como dizia a vó de uma amiga minha: "O tempo sempre fecha quando morre alguém muito querido" e hoje foi o dia mais feio da minha vida. As horas não passavam e quando eu imaginava que amanhã você não vai mais me ligar, que eu não vou te ver andando pela faculdade e dizendo: "Errr!" era como se estivessem me esmagando por dentro. Tento pensar que você está num lugar bom agora. No melhor lugar que Deus possa ter nos reservado por que eu não conheço alguém que mereça tanto quanto você. Queria dizer que todas as lembranças que eu tenho são boas e me sinto tão abençoada por você ter se aproximado da gente de novo nos últimos tempos. Foi quando a gente começou a dar certo. Pena que foi por tão pouco tempo, mas tempo o suficiente pra saber que você não é alguém pra se esquecer. Não há alguém que possa falar que você deixou marcas ruins, na verdade posso dizer que você deixou pra nós uma lição de vida e de caráter. Se eu pudesse dizer alguma coisa pra você agora Ket seria: Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na vida!
Tava tentando recolher lembranças suas na memória. Lembrei de como você era certinho com as coisas, de como você sempre puxava minha orelha quando eu fazia coisa errada como se fosse um irmão mais velho. Lembrei das tardes de aulas chatas que a gente sentava perto e conversava besteira a aula inteira. Lembrei do dia que eu te vi pela primeira vez. Putz, são dois anos de coisas demais pra se lembrar.
Mas agora eu já não tenho ninguém pra me chamar de branquela. Eu já não tenho ninguém pra ficar ansiosa por que não me ligou. Já não tenho mais um dos parsas. O grupo parsa perdeu um integrante hoje. Um parsa insubstituível.
Eu queria que alguém me dissesse que é mentira. Que você já tá voltando da sua viagem e que está bem. Que vai me olhar com aquele sorriso de sempre, que tudo vai ficar bem. Eu queria te abraçar. Uma última vez. Aquele abraço apertado que me fazia sentir tão protegida.
Eu queria te dizer que sentia mais do que expressava, que às vezes tinha medo de te pressionar de te perder mais uma vez, pra outro alguém.
Hoje o dia amanheceu mais triste. Hoje o dia está acabando mais triste.
Hoje eu perdi a minha fala, minha ação, minhas forças.
Hoje eu perdi um pouco do que tinha aqui dentro.
Hoje eu perdi você.




Lucas Oliveira Cunha


Sonhando
Mr. Gyn

Se passo o dia, paro e escuto o vento
E ainda não posso entender
Como o improvável insiste em acontecer
Se ando sempre no mesmo caminho
E ainda me encontro com alguém
E vejo que não estou sozinho, eu sei
Se passa o dia, o tempo e conto as horas, e eu sem perceber
Que estou parado vendo o seu retrato,e não vou mais te ver
E vou tentando aceitar
As vezes fujo, corro de mim mesmo, canso e me esqueço de lutar
Sabendo que não posso ser tão tolo assim
Quando me vejo já estou cantando
Solto minha voz e desabafo enfim
Se o telefone toca, eu já sei mesmo que não é você
Se tudo que um dia me falou, eu vejo agora acontecer
Se a saudade aperta e eu não tenho nada a fazer
Senão apenas chorar
Não vou mais querer explicar, eu já sei
Alguém me soprou e falou
Tudo sobre você, que ainda eu vou te ver
Eu quero deitar e sonhar outra vez
Tocar, te ouvir, te sentir
E poder te dizer, como eu amo você
Tocar o meu violão e te ver
Me pedindo pra viver


*Pelo show de amanhã que a gente não vai mais

Então você me liga, faz questão e me chama pra sair. Eu digo que sim, que seria ótimo. Logo em seguida me dá aquele desânimo, aquela preguiça. Era pra isso acontecer? Nunca tinha sentido tamanha preguiça por receber um convite assim.
Mas eu não poderia deixar de aceitar. Um metro e oitenta muito bem distribuídos na tonalidade moreno chocolate. E o perfume? Não. Eu não poderia recusar. Mas essa minha falta de empolgação me perturba.
Mas então depois de me chamar pra sair você desaparece. E isso me tira do sério! Agora eu quero você de qualquer jeito. Daquele meu jeito conhecido: desesperador, impaciente. Quero e quero agora! Por que você não liga? O meu desânimo desaparece e eu me acho estupidamente idiota.
O telefone está tocando agora! É você! Finalmente deu sinal de vida.
Desligo o telefone com aquela mesma preguiça de antes.
Paro pra pensar: algum de nós dois tem a mínima noção do que realmente quer?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Foco no lugar vazio da mesa. A pessoa que não veio. Pior ainda: a que não existe. É ali que fico, sempre, apaixonada, doendo, esperando. O lugar vazio da mesa, da cama, do planeta. Minha sorte é um bilhete desses de raspar só que o segredo não sai com nada. Meu amor é a cadeira com pé quebrado que tiraram do salão antes que alguém se machucasse. Então me recuso a sentar em outras e vivo entre o cansaço e o medo de cair de mim mesma."
Tati Bernardi

Por que eu não conseguiria descrever melhor.

domingo, 3 de maio de 2009

Vulcão

Necessidade de falar, de me expressar, de cantar qualquer música que seja incômoda o bastante pra esse exato momento. Mas não há palavras o bastante, elas fogem, saem correndo dessa agonia, consigo até reter algumas mas elas insistem em entalar na garganta. E assim eu fico engasgada, entupida de tanta agonia e pouca expressão. Tenho aqui dentro um vulcão prestes a explodir, que vive em intensa atividade mas pouca demonstração de tamanha força. Um dia tudo isso sai daqui de dentro. Um dia o fogo consome tudo e todos ao redor até não restar nada, só a fumaça do que foi e também do que nunca chegou a ser.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quem sabe um dia.

E então você abre a boca e pronto! Você falou a maior burrice da sua vida!
Você é capaz de dizer que mataria a sua mãe, que odeia quem você ama, que queria morrer, que não viveria sem aquela pessoa, que você não quer vê-la nunca mais na sua vida ou que a sua vida acabou. Que merda é essa? Por que é que eu tô falando essa bosta?
Mas aí então já foi. E se você mandou ele ir embora e ele simplesmente virou as costas, você sai correndo e diz que era mentira. Que não queria que ele fosse, que não sabe o que tinha na cabeça quando falou que não amava mais.
Mas o fato é que você já disse tudo aquilo que ele não suportaria escutar. Você já fez a maior cagada da sua vida e isso era tudo que você não precisava agora. Logo agora que você tava lutando tanto pra trazê-lo mais perto. Pra sentir que faz mais parte da vida dele. E você pede perdão, diz que foi da boca pra fora, que tava com raiva, bêbada, possuída. Mas e daí? Você disse, porra! Você abriu essa imensa torneira de asneira e falou demais, falou o que não sabia, o que não queria, o que não pensava e o que não sentia.
Talvez seja esse seu jeito de ser sabia? Antagônico, faz o que disse que não faria, não pensa nas coisas que faz. Não pensa nas coisas que faz. Não pensa. Não pensa.
Mas agora você está pensando. E tudo o que você mais queria era que ele realmente acreditasse que você estava sendo sincera agora. Que as suas palavras são inteiras coração.
Mas ele já virou as costas e você é orgulhosa demais pra se ajoelhar aos pés dele. Pede pra ele voltar, pede desculpas, perdão. Mas ele também mantém certa dose de orgulho, ainda que não tão grande quanto o seu. E então você engole aquilo à seco, vendo ele ir embora, parada ali sentindo cada passo dele construindo um enorme abismo irremediável e escutando ele dizer: "Vamos deixar as coisas como estão. Já falamos coisas demais. Quem sabe um dia..."

sexta-feira, 27 de março de 2009

Vontade

E você se sente estranha.
E você sabe exatamente por que você se sente estranha.
E você não quer admitir, por que admitir que é fraca pra si mesma já é uma tarefa difícil, quanto mais deixar isso visível pros outros.
E você então tenta fingir que tudo está normal, mas quanto mais finge, mais artificial fica.
E você começa a se sentir superficial, oca, rasa. Como se fosse inteira casca sem recheio, sentimentos sem intensidade, vontades sem fim.
Quando se sente inteira falta, as vontades começam a nos dilacerar.
Se começa a querer tantas coisas e a sentir tanta saudade, mesmo de coisas nunca vividas, nunca sentidas. É como se você soubesse quanta falta aquilo te faz, mesmo sem nunca ter experimentado. É como querer ser tudo ao mesmo tempo, querer sentir tudo, mesmo que tanto sentimento lhe transborde pelos olhos e ouvidos.
E que transborde sentimentos e que transpire paixões e saudades.
Se falta intensidade aqui dentro, sobra vontades aqui fora.


"E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi."
Legião Urbana

sexta-feira, 20 de março de 2009

Do português:
obcecado adj m
1. teimoso
2. insistente
3. que tem idéia fixa, obsessão


Do latim:
obsessão subst f
1. obsessĭo, -ōnis.


Do mundo:
Eu!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sempre mais.

Um dia me disseram que não se pode prender borboletas. Que elas são tão ligadas à liberdade que não suportam o confinamento e logo morrem. Mas nunca tinha entendido o propósito de se prender uma, não até agora. Pra mim as borboletas quando confinadas perdiam sua beleza, o charme da sua dança entre flores e raios de sol. Só que existem borboletas e borboletas, cada uma com sua cor, seu tamanho e seu bater de asas. Cada uma com o poder de enfraquecer o coração de qualquer desprevenido.
Confesso que nunca fui uma pessoa muito prevenida, nunca gostei de vestir muitas couraças. A nudez da alma é uma exposição pela qual se paga caro, não há muralhas para serem erguidas e o peso a se carregar é menor, mas essas mesmas muralhas são as que nos protegem, nos deixam menos vulneráveis. E foi exatamente pela falta dessas muralhas que uma coisa colorida, qualquer coisa entre o azul e o verde com detalhes pretos me jogou no chão, sem qualquer chance de defesa, muito menos de fuga.
Durante vários dias as horas passadas ali olhando aquele ser de quase 5 cm eram as melhores horas do dia. Era fascinante ver como as cores misteriosamente se fundiam dependendo do ritmo do bater de asas, ou do ângulo que os raios de sol incidiam, ou das flores em que ela estava. E então quando ela resolvia dar um presente maior do que a sua simples visita, ela me pousava na mão e ficava ali por alguns simples segundos. Mas era o bastante pra me fazer prender a respiração e querer quase evitar os batimentos do coração. E depois disso ela ia embora e me deixava ali, o coração disparado, a respiração ofegante. Quase como se tivesse corrido 10 km. Quase como se quisesse voar com ela.
Mas então chegou o dia em que somente as suas visitas já não eram o bastante. Era necessário mais do que somente ver aquela maravilhosa dança entre o meu jardim. Eu passei a querê-la pra mim, passei a desejar que ela somente existisse para o meu jardim e para o meu olhar. Passei ainda vários dias me lembrando do que me disseram um dia.

...não se pode prender borboletas. Elas são tão ligadas à liberdade que não suportam o confinamento e logo morrem.

Mas eu não me importava mais com isso. Eu queria que ela fosse só minha e pronto. Nem que fosse por um só dia. Um só dia com ela e eu a deixaria ir, sem ter que voltar mais ao meu jardim.
E então eu esperei. Esperei que ela viesse de novo pra mim, que pousasse na minha mão. E então a prendi. Tive o cuidado de preparar o melhor cativeiro que uma borboleta poderia estar. Era quase como uma aquário. Um aquário para borboletas.
E então cada minuto que ela esteve ali, existindo pra mim, batendo as asas pra mim, fazendo aquela dança que me hipnotizava, eu também existi pra ela. Eu também mantive meus olhos somente pra ela. E como pra contrariar o momento, as horas passaram mais depressa do que eu pude notar. Logo já tinha anoitecido e eu tinha prometido a mim mesma que iria soltá-la. Não queria que ela morresse. Isso seria ainda pior do que não vê-la mais.
E então a deixei ir. E ela voou, voou por entre a noite até que eu não pudesse mais enxergar.
Antes de prendê-la, cheguei a pensar que depois de tê-la pra mim por um dia inteiro, eu teria me satisfeito. Que eu acabaria com aquela obcessão que me consumia horas do dia. Mas o que eu não imaginava é que eu ficaria ainda mais obcessiva. Aquele dia inteiro passado com ela ali tinha me feito tão bem, tinha enchido a minha casa de uma felicidade e de uma paz que eu não via há muito tempo.
Agora eu penso em cada minuto naquelas 3 cores. Penso em cada instante como seria se ela aceitasse viver pra mim também, assim como agora eu vivo pra ela. E eu fico aqui, olhando da janela as flores do jardim. Vejo algumas vezes que ela ainda passa por ele, não se demora mas ainda sim se mistura às minhas tulipas brancas.
Fico aqui observando enquanto não descubro uma maneira de trazê-la pra mim.
De trazê-la pra sempre.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Que se danem os nós.

Quase nove da noite. Enfim em casa, fora daquele escritório chato. Apartamento fechado e abafado de um dia inteiro. Mel latindo atrás da porta quando escuta o barulho da chave. Banho, pijama de sapinhos, leite quente, cama, edredon e eu. Pensava enquanto girava a chave sentindo o enorme alívio de ter chegado em casa. Aquela casa que era tão minha e do tamanho exato. Há muito ela já tinha deixado de ser grande e vazia. Ele já não mais fazia falta.
Porta aberta e eu ali parada pensando se eu não estaria ficando meio louca. Se o dia de trabalho estressante não estava me fazendo delirar. Ele estava ali, sentado no meu sofá e me olhando com um sorriso na cara. Aquele sorriso debochado de quando acha graça de alguma coisa. Eu tinha esquecido que ele tinha as chaves. Aliás, eu tinha esquecido que aquela, um dia, tinha sido a casa dele também.
E eu esperei, ali com cara de espanto até ele me falar o por que estava ali sentado no meu sofá, tomando o meu suco. E escutei com a mesma cara de espanto ele dizer que queria voltar, que sentia muito, que sentia falta, que errou, que queria a nossa casa de novo, o nosso sofá de novo.
Mas que nosso? Durante meses eu sofri dentro desse apartamento me sentindo sozinha a dois, percebendo que não existiam nós, e sim eu e meu enooorme encanto pelas coisas. Durante meses depois que você foi embora eu me perdi aqui dentro, o caminho da sala pra cozinha me parecia tão grande, o ar aqui dentro era tão sufocante e as janelas abertas já não faziam diferença.
Mas agora esse apartamento é do tamanho exato pra mim e pequeno demais pra nós dois. A cama já não cabe mais o que somos agora quanto mais o que fomos um dia.
Não me venha com palavras fortes como vingança. Se for pra ser intenso, então usemos mudança. Não estou sendo cética, acredito no que me diz, mas é que eu já não sou mais a mesma pessoa entende?
Essa mudança tem a ver com tempo, pessoas e sentimentos tão diferentes do que eu já havia conhecido. Tem a ver também com ilusão, ou acordar dela. Tem a ver com descobrir como é ser realista sem ser infeliz, tem a ver com enxergar as coisas como elas são, em perceber a beleza da verdade. E a minha verdade hoje é essa: um cão, um apartamento decorado com almofadas verdes pra combinar com a parede, um pijama infantil, uma cama que não cabe sentimentos demais, não agora.
Tem a ver principalmente e acima de tudo com momentos. Os de agora são infinitamente diferentes dos que passamos juntos, o que não quer dizer que são melhores ou piores. A diferença é que eles passaram, se acabaram, foram embora junto com as nossas fotos e cartinhas de amor.
Agora vá, feche a porta e me deixe aqui de novo, antes que esse apartamento volte a ser grande e cinza outra vez. E não esqueça de deixar a chave. Esse apartamento não comportaria nós dois de novo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Meme

Meme recebido da Carol ( http://vilarejoparticular.blogspot.com/ ) !
Nem vou falar que foi uma surpresa, ou que eu não esperava, por que REALMENTE foi, dado que eu não fazia idéia do que era um meme!
Mas agora que a Carol me apresentou esse troço, até que eu achei bem divertido.
Acho que pras pessoas que me conhecem o que eu vou escrever não vai ter novidade alguma, o fato é que eu sempre me exponho demais à todos que me rodeiam e isso poderia ser um bom começo pro meu meme.

As regras do meme são:
1 - Linkar a pessoa que te indicou.
2 - Escrever as regras do meme em seu blog.
3 - Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
4 - Indicar mais 6 pessoas e colocar os respectivos links.
5 - Deixar a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
6 - Deixar os indicados saberem quando você publicar sua postagem.

Então lá vai:

1 - Eu tenho uma necessidade enorme de falar. Se você quer me deixar muuuuuuito disconfortável é me colocar do lado de alguém e deixar que fiquemos o tempo todo calados. Olhando o tempo. Eu sou a típica pessoa que discorda daquele velho ditado: "Melhor ficar calada do que falar besteira". Talvez seja por isso que me sinto tão exposta, como se todos me conhecessem tão bem. Talvez seja por isso também que eu fale tanta besteira.

2 - Eu sou a pessoa mais antagônica já conhecida em matéria amorosa. Um mesmo cara poderia ter o dom de me fazer apaixonar por ele, ou vê-lo somente como mais um. O segredo é simplesmente não fazer nada do que uma pessoa que tenta conquistar outra tentaria fazer.
Se ele se mostrar apaixonado por mim, eu corro. Se ele me agradar demais, eu enjoo. Se ele ligar demais, me chateia. Mas se ele se mostra indiferente quanto à nós dois, me chama atenção. Se ele não faz a mínima questão de me agradar, eu gamo. Se ele não liga, eu apaixono colada no telefone. Mas daí, quando o telefone não toca e eu fico horas esperando, quando ele faz mais questão de sair com os amigos do que pegar um cineminha comigo, eu cobro. Cobro mais atenção, mais afeto, mais carinho, tudo que aqueles que queriam me conquistar me ofereceram mas eu recusei logo de cara.

3 - Eu não sobreviveria sem amigos. Não saberia nunca viver sozinha. Morro de medo da solidão. O meu medo é de não ter com quem conversar naquele dia entediante, ou naquele dia em que você tem um elefante entalado na garganta, ou mesmo naquelas noites em que você precisa de alguém pra sair e aprontar umas com você, de sentar na mesa de um bar e falar besteira até a barriga doer de rir. Como disse Vinícius em belas palavras: "E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

4 - Sou uma pessoa extremamente carente, mas tenho sérios problemas em conseguir expressar meus sentimentos. Você poderia pedir aos meus amigos que me descrevessem em um adjetivo e lhes garanto que ninguém falaria emotiva. Mas acreditem, eu sou. Da minha maneira, mas sou. E necessito me sentir querida, me sentir acolhida no ambiente em que estou ou se não entro numa paranóia inexplicável. Há um tempo atrás falar, até mesmo pra um amigo, que eu gostava dele era uma coisa muuuuito difícil de ser feita. Abraços, beijos e demosntrações de afeto então! Nem se fala! Mas a minha carência foi aumentando com o tempo e meu orgulho diminuindo com os tombos. Hoje eu abraço até mesmo a pentelha da minha irmã. Mas sem beijos, isso seria demais!

5 - Eu não dou muita atenção à opinião dos outros sobre mim. Isso não quer dizer que ignoro a sociedade e os julgamentos que todos fazem de nós, mas simplesmente não faz muita diferença. Já me preocupei bastante quando mais nova e também já sofri demais por isso até entender que me chatear pelo julgamento que faziam de mim não me tornaria uma pessoa melhor, mais aceitável. E que fazer as coisas do meu modo, as besteiras que fosse e ser eu mesma, era uma satisfação que ninguém poderia tirar.

6 - Eu sou movida pela intensidade. Quando eu amo, eu amo demais e se eu odeio, eu odeio demais. Falo demais, alto, freneticamente. Eu acredito demais, mas uma vez decepcionada não me peça pra confiar mais. Rio demais, penso demais, mas também sou impulsiva demais.
Demais, demais, demais. Tudo pra mim tem que ser grande, pra caber minha sede de tudo, minha vontade de tudo. As coisas pra mim tem que ser completas, por inteiro ou não possuem significado.

Os indicados:
Deza - http://dezakarennine.blogspot.com/
Tatiana - http://marinheirosol.blogspot.com/
Paola - http://paolafabeni.blogspot.com/
Macelly - http://aprendendoaviver1.blogspot.com/
Laís - http://www.tremdemadalena.blogspot.com/
Carol - http://vilarejoparticular.blogspot.com/

;D

Selo!


Regras:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar!
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com, juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação.Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

Selo que eu ganhei de presente da Dellyni ( http://adri-elly.blogspot.com/ ).
Thanks Dellinyy! Um dia eu juro pra vocês que vou conseguir escrever como ela. ;D

Os blogs indicados são:
1 - http://vilarejoparticular.blogspot.com/
2 - http://www.tremdemadalena.blogspot.com/
3 - http://insolente4.blogspot.com/
4 - http://paolafabeni.blogspot.com/
5 - http://vidaavadia.blogspot.com/
6 - http://dezakarennine.blogspot.com/
7 - http://marinheirosol.blogspot.com/
8 - http://aprendendoaviver1.blogspot.com/
9 - http://coisasdagaveta.blogspot.com/
10 - http://riot-act.blogspot.com/


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Do que sabemos bem

Mentira.
É mentira sem tamanho quando digo que você é diversão.
Não que não seja, mas não é assim que eu queria que fosse.
É eu sei nós somos dois loucos jogados nessa confusão de corpos, delírios e sentimentos mal acabados, rebocados com algum tipo de farsa inútil que somente nós podemos entender.
Mentira deslavada quando digo que o cheiro do seu corpo que ficou em todas as partes do meu não mexe comigo, não me dá vontade de sair correndo pra te achar em qualquer lugar que for.
Mentira quando dizemos que vamos nos encontrar de novo.
Mentira dizer o quanto sentimos falta do que ainda não somos e nunca seremos.
Você sabe bem.
Nós sabemos bem.
Somos mentira, ainda que sincera.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Quase perfeição

Uma sexta a noite, um pouco de Blues e melancolia.
A necessidade de uma garrafa de vinho do lado e de uma boa conversa.
Mas eu não quero conversas, nem boas nem ruins.
Quem sabe então, a necessidade de uma companhia. Da companhia e só. E que seja ela quem for. preciso apenas de um corpo. Pulsante, vibrante, estático.
De deitar sobre a grama e olhar o céu, que esteja nublado, estrelado ou limpo. Não importa.
A cabeça e o coração viajam numa velocidade muito maior do que os olhos são capazes de acompanhar. A liberdade emanada do corpo como transpiração de um modo quase dolorido.
Tudo é tão íntimo e natural, agora.
Fecho os olhos e não quero pensar em nada, não penso em nada.
Não há necessidade de palavras, o silêncio hoje é confortável e compreensível.
Está tudo sereno e completo.
Sereno e inexplicável.
Um pouco de Blues e nada mais.

domingo, 4 de janeiro de 2009

2009!

Enquanto fazia planos pra minha viagem de férias eu acabei chegando à conclusão de que as melhores coisa que já me aconteceram foram por pura falta de expectativa. Quando não se espera nada, qualquer coisa que aconteça de bom já é grande o bastante não acha? Mas é impossível sentir essa explosão de empolgação e não criar nenhuma expectativa. Sei lá, talvez eu esperasse que as coisas fossem sempre cor-de-rosa como estão agora. Quem sabe eu esperasse que ele me fizesse uma declaração de amor, me pedisse pra ficar. Quem sabe eu esperasse que alguém tivesse dito que sentiu a minha falta. Quem sabe eu não queria ter ido à lugar algum nesse final de ano e justamente por isso tudo foi impressionantemente inesperado.
Então nesse novo ano eu não quero esperar nada.
Eu não quero esperar coisas boas, não por que não desejo que elas aconteçam mas porque quero sentir cada bom momento tão grande quanto a falta de expectativas pode fazer.
Ainda no reveillon anterior eu me lembro de que me perguntaram quais eram minhas promessas de ano novo.Engraçado isso de fazer promessas para um novo ano, simplesmente por que ele chegou. Se eu nunca consegui cumprir promessas como "Esse semestre eu estudo mais!" ou "A partir de segunda eu começo um regime" ou "Eu nunca mais beijo ele!" eu cumprirei só por que um ano novo começou?
Mas eu acho que esse 2009 merece uma promessa. E a minha promessa é justamente deixar as coisas como são. As coisas como tem que ser. Na hora que tem ser. E foda-se o que teria que ser e nunca foi.