domingo, 28 de setembro de 2008

O azul céu

A porta está ali, aberta e me esperando. É só questão de eu querer sair. Mas não, não é só questão de querer ou não, talvez seja uma questão física, biológica, páranormal ou qualquer outra desculpa que nós sempre arrumamos quando não conseguimos agir.
Agir. É eu preciso agir não é mesmo?
E a porta continua ali, me olhando, me esperando, pedindo pra ser fechada, trancada, esquecida.
Mas não é tão fácil assim não é? Afinal há um cômodo, um espaço e por mais oco que esteja faz parte do todo, não pode ser simplesmente esquecido. Quem sabe se eu ocupasse esse espaço com algo mais? Quem sabe ele não teria alguma utilidade?
E se eu pintasse as paredes de azul céu, se tivessem estrelas desenhadas na janela? Será que esse cômodo pareceria mais limpo, mais organizado, quem sabe até chamaria a atenção.
Mas chamar atenção pra que?
De tempos em tempos esse cômodo é alugado pra alguém que sempre deixa tudo em péssimo estado. Sem estrelas nas janelas e azul céu com cor de cinza tempestade. Então não seria melhor deixar que ele permanecesse assim, vazio? E a porta?
Ela continua me pedindo pra ser fechada.
Mas eu não quero deixar.
Tem pessoas querendo entrar, tem pessoas que eu quero que entrem, mas me falta a coragem de estragar as estrelas, de nublar o céu.
A porta continua lá.

domingo, 7 de setembro de 2008

É eu sei, que eu deveria estar escrevendo, eu sei que você corre sempre que pode os olhos por essas páginas pra ler as mesmas reclamações e que você bem gosta.
Mas ando cansada desses meus textos sempre tão iguais, do coração vazio, da dor e da saudade.
Ando cansada de ser você sempre a razão dessas linhas mal e porcamente escritas, desse sofrimento sempre que alguém toca no seu nome.
Ando cansada da minha confusão, logo eu que gosto de tudo em seu lugar, claro e organizado.
Esses textos me repetem. E eu odeio me repetir.

Não quero escrever pelo simples fato de que os textos me lembram você e agora eu estou tentando me desligar de tudo aquilo que me ligava à você.
Ahh... não! Não me peça pra ficar se você não sabe o por que quer que eu fique. Não torne as coisas mais difíceis pra mim ok?
Então vamos ser breves.
E deixar que o branco de uma nova página signifique, pra mim, realmente o novo, o começo, o BRANCO.



"Mas pelo menos hoje quero me desafiar a fazer algo muito mais difícil. Quero não sentir nada. Quero descansar meu coração de saco cheio das minhas invenções e precisando se preparar para viver algo de verdade."