domingo, 27 de março de 2011

A mochila

Eu tenho uma mala pra arrumar e muita coisa pra colocar lá dentro. O tempo é curto. É quase hora de ir e não tem nada pronto ainda. Eu adoro esse sentimento do novo, ao mesmo tempo que me assusta ter que deixar coisas pra trás. Tem gente me apressando, e o relógio não para de me dizer que o tempo está acabando. E a mochila é pequena demais. E meu coração grande demais.
As minhas costas estão cansadas de carregar tanto peso. Eu não conseguiria aguentar o peso dessa mochila sobrecarregada de novo. Tira tudo lá de dentro. Algumas coisas terão que ficar.
Não, não é fácil pra mim escolher entre a minha calça velha favorita e uma novinha em folha não tão bonita assim. Também não é fácil deixar pra trás um frasco de perfume velho que eu ganhei de presente da minha avó quando fiz 15 anos.

Mas é que o tempo, o tempo está me dizendo pra correr, pra me apressar por que tem tanta emoção por vir e entenda, se for pra carregar essa mochila sozinha de novo, eu prefiro começar a viagem com ela vazia, por que, eventualmente, ela vai acabar cheia de novo até que um dia eu precise esvaziá-la outra vez ou alguém me ajude a carregá-la.

E que nada, nada seja por acaso.