domingo, 30 de dezembro de 2007

Ressaca.

Ela acordou, levantou pra ir no banheiro e olhou as horas. Ainda era muito cedo, ela queria voltar e dormir, mas a dor de cabeça era enorme. Ela lembrou da noite anterior e jurou nunca mais beber tanto!
Ela se olhou no espelho, o cabelo todo desgrenhado, o olho borrado do lápis preto e sentia na boca um gosto ruim. Joana sabia q gosto era aquele: Ressaca! Moral e física.
Tentou lembrar o nome daquele infeliz de ontem.

Como era mesmo? Pedro, João, Guilherme, Carlos?
Não importa agora.

Ela se sentia indigna. Mas queria esquecer o que as palavras relacionadas a valores e princípios significavam. E foi o que ela fez na noite anterior. Estava cansada de ser a noiva do fulano, a filha do cicrano... Queria ser, por pelo menos uma noite, a Joana e só. Queria ser a Joana com um salto 15, com os olhos pintados, uma batom bem vermelho na boca, um vestido curto e brilhante e um perfume de matar!
Ao se olhar, já pronta pra sair, não se reconheceu naquele corpo, naquelas roupas, mas preferia assim. Preferia, só por essa noite, não ser o que ela sempre fora.
Chegou sozinha na boate mais badalada da cidade, pediu a bebida mais forte e incrementada do bar, e bebeu, uma, duas, tres... e mais outras tantass doses!
Agora, em cima do balcão, dançando um funk que nunca tinha escutado, ela se sentia a melhor das criaturas. Ela experimentava, quem sabe pela primeira vez, a sensação de liberdade.
E essa sensação durou a noite inteira, chegou em casa com o tal de carlos, guilherme, ou qualquer outro nome. Estava bêbada demais pra deixar ele entrar, então saltou logo do carro, sem mais despedidas e correu pra dentro de casa. Sabia o que aconteceria depois. A privada, fora durante a maior parte do tempo, sua melhor amiga durante o q tentara, inutilmente, dormir.
E assim fora, até que já claro, conseguira pegar no sono.

Agora ali, se olhando no espelho e relembrando disso tudo, sentiu-se enormemente bem. Apesar da dor de cabeça, do estômago fraco. Ontem ela fora a Joana. Ela fora só dela e ponto.
Se viu no reflexo com um sorriso bobo, com uma falta de vergonha no olhar.
O interfone tocava. Ela saiu daquela espécie de transe e lembrou: Seu noivo chegaria de viagem logo pela manhã. O sorriso se esvaíra. O que saía do banheiro era, agora, somente a noiva de alguém. Mas algo irreversível tinha acontecido e era impossível de ser apagado da memória. Joana sabia que assim que quisesse podia voltar a ser sua, e só sua, de novo. Por isso ao abrir a porta pro noivo, abriu um sorriso largo e puxou ele pra dentro ferozmente. Se na noite anterior ela tinha sido só dela, agora, pelo menos durante aquela manhã de reencontro, ela seria dele, só dele e de mais ninguém!


"O nosso amor a gente inventa pra se distrair"
Cazuza

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Conformidade.

Ontem, no aniversário da Adrielly, senti saudades da minha vida de colegial.
Ao deitar pra dormir e colocar a cabeça no travesseiro lembrei de coisas que jamais pensei um dia sentir falta. Percebi que até mesmo as aulas mais chatas deixaram um quê de nostalgia, não pelo conteúdo, mas pelas companhias, pelas besteiras ditas todos os dias e pelas brincadeiras incessantes e que nunca eram suficientes. Lembrei de uma época em que ir pra aula era divertido pela troca de papéizinhos, pelos comentários infames, pelas fofocas inúteis, pelos suspiros abafados.
Das amizades que hoje estão tão distantes mesmo tendo um dia jurado nunca se afastarem.
Percebi quantas pessoas eu jurei que não deixaria sumir de mim e que, hoje, eu não sei mais por onde andam. Lembrei de pessoas que mudaram de cidade e que nunca dão notícias e também lembrei daquelas que ainda estão em Uberlândia mas que nunca vejo!
De repente eu comecei a sentir um vazio que parecia estar dormente desde o fim do ano passado e só agora começa a aflorar. Enquanto, na formatura, todos choravam por ter chegado ao fim todos aqueles 3 anos de convivência eu me sentia tão bem. Parecia ainda não ter realizado o que aconteceria depois. E ao me dar conta disso ontem a noite, foi como se eu sentisse um pedaço de mim indo embora com cada um dos meus amigos que hoje não passam de conhecidos.
E esse vazio era incrivelmente latente e dolorido.

Como pude deixar que todas essas pessoas simplismente saissem da minha vida?
Mas que tolice! Não depende de mim.

Em meio aquela confusão eu tentei fazer a coisa mais burra que alguém poderia ter feito. Tentei me convencer de que meus novos amigos ocupariam o lugar dos que já foram, mas não consegui.
Eu não conseguiria igualar as pessoas, os defeitos e as qualidades que me fizeram odiar ou amar um ou outro.

E essa foi a minha derrota.
A minha derrota foi perder pro tempo, perder praquilo que ninguém consegue deter.



"De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás"
Cazuza




"E não podemos evitar

Que a vida trabalhe
Com o seu relógio invisível
Tirando o tempo de tudo
Que é perecível..."
Biquini Cavadão



terça-feira, 25 de dezembro de 2007

25 de dezembro de 2007

Confesso que escrevi um texto sobre esse dia.
Mas é tudo tão repetitivo... O desencantamento do natal e a banalização da mágica da chegada do papai noel, a desanimação das famílias, o fim do gostoso clima de natal!
Enfim, hoje me sinto bem demais pra falar que o natal não foi bom, pra reclamar do desânimo de sempre.
Talvez porque esse tenha sido um pouco diferente.
Talvez porque eu tenha visto um lado bom que eu ainda não tinha enxergado.
De qualquer maneira, espero que esse dia passe a significar mais do que o natal.
Tanto ou mais especial quanto!


*Um péssimo dia pra se escrever!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Amargo.

"Eu sei é doce te amar,
o amargo é querer-te pra mim"
Los Hermanos



Então é o seguinte:
Viva o hoje intensamente, sem pensar no amanhã!
E assim a cigarra fanfarrona, no inverno, quase morreu de frio!
Se as literaturas infantis e os livros de auto-ajuda resolvessem os problemas eu realmente estaria despreocupada!
Mas é que às vezes você se depara com problemas que juraria que sairam daqueles filmes de comédia romântica, ou daquele livro de aventura que você leu tempos atrás. Mas a diferença está que na vida real nada está escrito ou determinado. Nos seus problemas você tem a oportunidade de tomar o rumo que desejar. E isto lhe dá a horrível sensação de responsabilidade.
Responsabilidade pelos seus atos e as conseqüências que eles trarão à você.
Maldito Sartre!
Me lembro quando eu ainda pensava que o problema maior, que era resolver meus problemas internos, estava resolvido então tudo estaria na mais perfeita ordem.
Santa inocência!
Talvez aí esteja o grande erro.
O egoísmo de pensar que resolvido com você o resto se adaptaria.
Talvez de tanto egoímo eu queira, realmente, pedir que você fique.
Fique mais um minuto, mais uma noite, mais um mês.
Mais e mais...
Incondicionalmente!
Totalitariamente!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Uma sexta a noite,
um pouco de Blues e melancolia.
A necessidade de uma garrafa de vinho do lado e de uma boa conversa.
Mas eu não quero conversas, nem boas nem ruins.
Quem sabe então, a necessidade de uma companhia. Da companhia e só.
De deitar sobre a grama e olhar o céu, que esteja nublado, estrelado ou limpo. Não importa.
A cabeça e o coração viajam numa velocidade muito maior do que os olhos são capazes de acompanhar.
Tudo é tão íntimo e natural, agora.
Fecho os olhos e não quero pensar em nada, não penso em nada.
Não há necessidade de palavras, o silêncio hoje é confortável e compreensível.
Está tudo sereno e completo.
Sereno e inexplicável.
Um pouco de Blues e nada mais.

"No, no, no
Don't make me stop now
No baby"
Otis Redding

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

As palavras jogadas na cabeça e bagunçando o coração.
O coração pulsando forte sem saber o que fazer.
O querer o fácil e desejar o difícil.
O medo de lutar por algo que lhe traz insegurança.
A desconfiança eterna e imutável.
O que corrói por dentro.
Aquilo que ninguém vê ou entende.
A sensação de que tudo é reprise.
e de novo o medo...
O medo...
O medo...

"Num passeio no meio da rua
Vamos dias e noites afora
Agora podemos ver na escuridão"
Ana Carolina


sábado, 1 de dezembro de 2007

Um fio

Ela estava parada, com o olhar fixo e paralisado nele. Por um momento ela podia sentir que ele era só seu. Seu e de mais ninguém. Clara sempre teve esse instinto possessivo que se tornava mais nítido em momentos como esses. Não havia nada de especial e ele não havia dito nada a ela que lhe emocionasse, apenas olhares foram trocados. Olhares com certo ar de mistério, pois Clara sabia que nunca descobriria o que ele estava pensando, talvez pensasse na prova da próxima semana, talvez na discussão que tivera em casa com os pais ou talvez apenas estivesse olhando pra ela com o mesmo olhar sincero que ela retribuía. Mas ela prefiria assim, preferia não saber o que se passava pela sua cabeça, preferia deixar que aquela sensação de mistério e possessividade tomasse conta dela por inteiro, por um momento ela podia sentir seu corpo se expandindo, podia sentir dona de si mesma e queria deixar de se controlar, queria que sua mente parasse de dizer ao coração o que ele podia dizer ou não, queria somente abraçá-lo e ficar assim por quanto tempo fosse possível, pois assim ela sentiria que tudo estava ao seu controle. Clara sabia que depois que os dois quebrassem aquela ligação pelos olhares, ela não seria mais dona dele e tudo fugiria de seu controle, ela sabia que estava vulnerável às mais estranhas forças, mas isso não era o que a assustava, o que lhe fazia disparar o coração é a sensação de impotência. É sentir que o único fio que ainda a fazia sentir segura eram os olhares. Os olhares que lhe davam tanta segurança e tanto medo de perdê-lo.


"Ponho os meus olhos em você
Se você está
Dona dos meus olhos é você
Avião no ar"
Nando Reis


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

E tudo se resume a interesses...
Uns interessados apenas nas boas companhias e em momentos agradáveis, outros em dinheiro e benefícios. É até difícil acreditar que alguém possa viver em função de calcular o que ela pode ganhar com uma amizade. Alguém pode ser tão sórdido e frio a ponto de não saber aproveitar as pessoas sem pensar no ganho material? O pior é que pode.
Quando foi que as pessoas deixaram de considerar a importancia de um olhar? Quando foi que algumas notas de papel passaram a significar mais que um abraço caloroso?
É claro que ninguém nunca viveu de amizades nem de abraços, mas isso não quer dizer que devemos viver em função de sempre ganhar mais e mais.
Eu não vou manipular as pessoas que convivo só porque quero ganhar status, eu não vou passar por cima de ninguém pra realizar um sonho e eu nao vou virar uma pessoa sórdida e fria só porque as outras pessoas são.
E eu não vou programar a minha vida em cima de ganhos materiais porque eu ainda acredito no que a Rita Lee diz: No final, tudo vira bosta!

domingo, 25 de novembro de 2007

.Expectativas desleaiS.

"O meu coração cafona,
quando se apaixona fica tão clichê!"
Rita Lee



Encanto, desencanto!
Deslumbreee!
Difícil essa vida de ter que se entender e entender o sentido das coisas! Há muito já desisti de tentar encontrar um sentido pras coisas que faço ou penso. As explicações que tenho pras minhas atitudes nada mais são do que um modo de me convencer de que aquilo que fiz é certo. Invento hipóteses e versões daquilo que quero enxergar e nada mais!

-Vamos fazer um acordo? Eu prometo que vejo sempre o seu lado bom e você promete sempre cumprir minhas expectativas.

É tão difícil cumprir as expectativas sobre si mesmo quanto mais alcançar o que os outros esperam de nós. E isso envolve largar de ser você mesmo pra passar a ser aquela Clarisse, Joana, Mariana, Camila e outras tantas idealizações... É a parte em que nos tornamos as mães perfeitas, as donas-de-casa impecáveis e as namoradas exemplares, que deixamos os defeitos debaixo de livros empoeirados e entulhos velhos, sem ter que lembrar que o convívio não é piedoso e que o dia-a-dia não vai lhe poupar de mostrar a verdade só porque você está num mar de rosas. E que um dia, você vai ser puxada de volta, vai ser chamada de novo àquela velha realidade já conhecida, vai deixar seu mundo de sonhos e ilusões e vai perceber que príncipes encantados não existem, amores perfeitos muito menos e que as pessoas são muito mais o que queremos que elas sejam do que elas realmente são.



"Pra quem não sabe amar,
fica sempre esperando alguém
que caiba nos seus sonhos..."
Cazuza

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Do dia em que a comédia não foi engraçada.

"As vezes fujo, corro de mim mesmo,
canso e me esqueço de lutar
Sabendo que não posso ser tão tolo assim..."
Mr.Gyn




Eis que me disseram hoje: "Você é uma comédia!". Todos riram, inclusive eu, afinal, era um momento de descontração, mas eu pensei: Não, eu não sou, minha vida amorosa é! Tenho certeza que existe alguém em algum lugar que comanda isso tudo e esse alguém acha graça de tudo isso! Assim como um cupido burro, mas esse tem uma deficiência a mais: é completamente destrambelhado!
Ás vezes, quando eu sofro por antecipação por alguma coisa, sempre me chamam de ansiosa demais, mas é porque eu sempre espero o pior e a cada dia eu só reforço essa idéia. Será que é possível, pelo menos um dia, algo dar completamente certo?
Andei pensando em frases que escutei há tempos e tempos atrás e me lembro da indignação que eu fiquei quando ele deu preferência à razão do que ao coração. Hoje, eu entendo essa ponderação, e aceitar isso é difícil. Mas mais difícil ainda é decidir qual dos dois nós devemos dar prioridade!
Escrever textos e passar horas conversando com amigos já não ajudam mais em nada, não diminuem minha dor e muito menos me ajudam a resolver todo esse problema. De um lado eu vejo algo me dizendo pra arriscar, pra me atirar mais um vez e esquecer do medo, mas outro lado me puxa pra realidade. Talvez eu sempre espere demais das pessoas, talvez eu deposite nelas confiança além do que elas são capazes de oferecer, talvez eu não devesse mais dar minha cara a tapa.
Eu queria, sinceramente, esquecer tudo que eu escutei, queria passar a te enxergar com os meus olhos, não como eu quero, mas como você é. E queria que você pudesse ver isso também. Mas, por enquanto, eu não posso te enxergar nem de um jeito nem de outro. Algo turvo e escuro abriu cortinas na minha frente, não posso ver o lado de fora, somente a mim mesma. Preciso organizar essa bagunça, preciso limpar a poeira dos móveis e do coração. Mas, eu também queria que quando eu abrisse a minha cortina, você ainda estivesse aí.

"Se passo o dia, paro e escuto o vento
E ainda não posso entender
Como o improvável insiste em acontecer..."
Mr. Gyn

domingo, 18 de novembro de 2007

"O problema é que eu te amo"
Nando reis


... E ela hoje tenta não olhar pra trás e seguir novas trilhas, mas ela sabe que as lembranças estarão sempre ali! Ela gostaria de poder levar somente as lembranças dos momentos que mais lhe agradaram, aqueles que deixaram um sorriso bobo estampado no rosto no dia seguinte ao acordar, aqueles que você se corrói de vergonha por ter tido coragem de fazer algo ou aqueles que deixam extremas saudades porém, ela sabe que os outros momentos não somem no outro dia, ela sabe que ao nascer do sol os problemas e as más lembranças vão aflorar pedindo por atitudes. E o que você pode fazer é resolvê-las ou se resignar. Mas ela também tem a consciência de que tudo isso lhe faz bem, ela sabe que os bons ou maus momentos a fizeram crescer, a fizeram enxergar um mundo azul, verde, vermelho e não só o cor-de-rosa clichê de sempre. E ela sabe que um dia, quando encontrar com uma velha amiga, as duas vão se olhar, com um olhar cúmplice de quem sabe o que a outra está pensando, vão rir sozinhas e se lembrar de coisas boas e ruins, de planos que podem ter sido realizados ou não, de dias que deixaram saudades por terem sido muito além do ruim ou do bom, dias que trarão a velha e cúmplice sensação de nostalgia!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Porta-retrato, e nada mais!

"Fico impressionada com essa minha capacidade lenta de perceber as coisas, essa deficiência que tenho em admitir sentimentos. Enganar a si próprio é uma arte na qual sou doutora; sou facilmente convencida por mim mesma, auto-influenciável ao extremo. Foi a melhor defesa que encontrei, a de negar. Negar o sofrimento, a saudade, a tristeza, a falta, a solidão... Negar e sorrir. Ser simpática, amável, auto-suficiente, independente. É como se eu não precisasse de mais ninguém além de mim mesma. Então minha família e amigos não se preocupam. Para eles, eu estou bem.

Mas é só um disfarce. A máscara que uso pra convencê-los e convencer a mim mesma."

O texto foi retirado de um blog de uma pessoa que eu não conheço bem, mas que eu me senti íntima ao ler essas frases! Saber que outras pessoas sentem o que eu sinto é reconfortante e ao mesmo tempo agoniante. A maestria em se enganar só não é mais doído do que a descoberta do que você se recusa a aceitar. E agora, os meus refúgios, as minhas falas, a minha certeza, as minhas desculpas, tudo isso parece tão bobo. Você se sente tão estúpida e ao mesmo tempo tão incapaz de mudar!
E aí você enxerga a real diferença entre o querer e o conseguir. O poder todos podem mas o conseguir está uma etapa além. E mesmo que você consiga se livrar do medo que sente, ele é como uma sombra, um porta retrato velho que volta e meia te incomoda com aquelas lembranças que você teima em esconder.Mas, eu espero, sinceramente, que esse porta retrato que hoje é tão insuportável um dia não passe de um porta-retrato e nada mais!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

"Pode até parecer fraqueza,
pois que seja fraqueza então

...

Se amanhã não for nada disso
caberá só a mim esquecer,
o que eu ganho o que eu perco ninguém precisa saber!"
Lulu Santos

sábado, 10 de novembro de 2007

"meu mundo tá fechado pra visitação..."


Os sonhos
A solidão
Os amigos
A saudade
As vontades
O silêncio
O abraço
O olhar
As palavras
O sorriso
A banalidade
A simplicidade
A tristeza
E a felicidade
A confusão


Mais um pouco de futilidades como essas e eu me descreveria!





"Quanto mais eu mexo mais afundo em mim,
Eu moro num cenário,
do lado imaginário
eu sempre entro e saio quando eu tô afim..."

sábado, 3 de novembro de 2007

"Quem me dera ao menos uma vez,
ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer que era prova de amizade
se alguem levasse embora até o que eu não tinha"
Renato Russo

Quem me dera um dia,
que a minha felicidade não dependa da infelicidade de alguém.
Quem me dera um dia,
chamar de meu o que eu não tenho hoje.
Quem me dera um dia,
sentir o frio na barriga por esperar alguém especial.
Quem me dera um dia,
pensar que tudo se resume num sorriso.
Quem me dera um dia,
fazer um por do sol durar uma eternidade.
Quem me dera um dia,
ser completa!

Quem me dera um dia,
quem me dera um dia...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

"A minha brincadeira de dizer verdades"

Era tarde, após um dia inteiro de estudo e correria, o pôr do sol anunciava enfim o descanso merecido, ela, como sempre, estava com ele, mas hoje não iam sós um amigo de faculdade os acompanharia até metade do caminho de volta pra casa. Durante a volta ela aconselhava o amigo em algumas questões amorosas... Afinal, ela queria ver mais um casal de amigos dela juntos. Depois da despedida, o amigo de ambos foi embora e sobrara só ela e ele. Ela se gabava de mais um casal que juntara, mais um pra aumentar a fama de cupido! Ele escutou todo mar de elogios próprios que ela fizera calado, depois deu um sorriso infantil, como quem guarda um segredo infame, e disse rapido e secamente:
- Arruma a bagunça dos amigos porque não sabe arrumar a sua própria bagunça!
Heloisa olhou com cara de quem finge que não entendeu, mas no fundo ele a tinha pegado no que ela mais gostava de fazer: metáforas. Ela tentou ficar quieta e deixar tudo como um comentário irrelevante e fútil, mas não conseguiu. Perder era uma coisa que não aceitava então retrucou:
- Não é verdade e não sei porque está me dizendo isso! Estou muito bem comigo mesma... Tenho tudo que alguém sonha ter... O que mais me falta?
- Não falta nada por que você se convenceu de que está completa. De que tem tudo que precisa e, por esse motivo, foge daquilo que pode fazer essa mentira desmoronar...
Heloisa sentiu aquelas palavras lhe cortarem a face como facas, ele sempre lhe dizia as coisas mais sinceras, mas que ela se recusava a aceitar como verdades. Mas naquela tarde era tudo diferente. Ele tinha desmascarado toda uma armadilha que ela mesma tinha se armado e tudo estava confuso. Ela via as pessoas passando na rua, o sol se pondo e o céu em tons avermelhados .Pensava se aquilo era mesmo possível. Durante muito tempo fora muito mais cômodo mentir pra si mesma e dizer que tudo estava como ela sempre imaginou, mas ela sabia, no fundo sabia, que nada estava bem. Ela sabia que a cada dia que passava, a cada pessoa nova que ela conhecesse, novos defeitos surgiriam, novos problemas a impidiriam e ela fugiria, do outro e de si mesma. Era tudo como em um filme de comédia romântica com o pequeno detalhe de que nada ali era ilusório ou fictício.
Ela não sabia como tinha conseguido se enganar por tanto tempo, mas sabia a causa disso tudo. O que fazia tudo ser bem mais doloroso...
Enquanto era só mais uma mentira escondida no seu íntimo era suportável, mas ela tinha se deixado vulnerável a ponto de que ele pudesse enxergar nela a sua fragilidade, aquela fragilidade que ela fazia questão de esconder atrás do rosto que transparecia segurança e descontração.
Todos aqueles pensamentos confusos vinham como um turbilhão na sua cabeça, ela já não mais via as pessoas ao seu redor, nem mesmo em que tom o céu estava depois da última vez que o havia olhado, o ônibus andava cada vez mais rápido, como em compasso com o ritmo da sua confusão. Desesperada e atordoada soltou a única frase que lhe pareceu servir como defesa:
- Cale a boca! Eu não quero escutar mais nada disso!
Ela precisava se defender, se sentia de novo desarmada, frágil, indefesa e essa sensação a aterrorizava!
Eles passaram a noite ali calados, em um cúmplice silêncio que denunciava que algo de estranho havia acontecido, algo que ela queria esquecer mas não conseguia. Ela sabia que não tinha como fugir dele e que mesmo calado, ele a incomodava. Incomodava de um jeito nada sutil, pois ela sabia que de um jeito ou de outro, seu subinconsciente estava sempre certo. E ela perdera. Heloisa odiava perder.

domingo, 21 de outubro de 2007

Chega de babaquices e conversinhas à toa!
Às vezes acho que me preocupo ou estresso demais, às vezes sinto que não ligo a mínina pra nada... O fato é que esse momento que vivo não é um momento de reflexão, muito menos um momento filosófico. Não me preocupo com o julgamento alheio, justamente porque não sou o que dizem, não sou o que acham, não sou um poema ou um texto de interpretação subjetiva. Sou aquilo que me faço ser, sou aquilo que gosto de ser e mil palavras desgostosas não me farão mais triste!

O "Não querer nada com nada" não é mais de que um julgamento, não passa de ressentimento! E o que você diria se eu falasse que eu quero e o que eu quero não é pouco, o que eu quero não é falso, o que eu quero não é mercadoria! Eu quero um bem estar, eu quero divertimento, eu quero histórias... O problema é que ninguém gosta de se analisar, claro, quem é que gosta de se julgar se é tão mais fácil ver o problemas dos outros? Os problemas alheios, que às vezes neim são problemas, são tão fáceis de se resolver não é?
"A culpa é dos políticos corruptos!"
"É por causa de gente assim que o Brasil não vai pra frente."
"Ele é assim porque não tem exemplo em casa..."
"Se eu fosse ela não faria isso..."

Talvez por esse mesmo motivo, o país está onde está. Talvez ninguém queira assumir o papel de responsável, de coadjuvante. Como no caso do Caos Aéreo em que cada lado aponta pro outro e nesse eterno "A culpa é dele" nada é resolvido! O que precisamos é de mais atitude, mais gente que assuma o comprometimento de fazer algo, de ajudar a construir novas coisas, a melhorar o que por direito e dever também é nosso! E ao contrário do que você pode estar pensando, eu também não estou apontando o dedo e esperando alguém fazer algo...
Mas sinceramente, nada disso importa porque a interpretação de tudo que está escrito aqui vai muito além da interpretação de um texto é a interpretação de um modo de pensar, de um modo de viver, de um modo que não deve ser seguido porque não existe modelos pronto e , justamente por esse motivo, não merece ser julgado!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

"Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor

Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Eu sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!

Como vai, tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!
Rita Lee

As mudanças repentinas de estado emocional podem significar algum desequilíbrio?
oO

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

"Parece cocaína mas é só tristeza, Talvez venha a ser tarde.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
Agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho, não me lembro
não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira..."
Renato Russo

Não, hj o dia não está bonito! Aliás... parece que sente, adivinha, de algum modo sabe!
11 anos!
Paremos de bobagem e de messianismo...
tudo é muito mais complexo que isso!
A capacidade de, como ele mesmo disse, cantar as coisas exatas que as pessoas querem ouvir ultrapassa o incrível e a idolatria...
Não duvido que hoje ele saberia o que digo e o que sinto...
Não em relação a hoje, nem a ontem ou a algum dia que ainda não vivi, mas em relação ao que parece imutável, eterno e doloroso!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Champagne E Gentileza

Por cantos sem cantar nós somos
Velhos escroques sem futuro
Esperando que a mão da morte
Escreva por ela mesma
Pulando sobre a lua
As vacas e Jesus
Enormes paisagens de plantações sem futuro

Eu não sei quem sou
Nem porque "faço"
E às vezes me sinto vivo
Quando quebro um desses objetos chatos
Que a gente esbarra sem querer
Daí escreve como quem levasse uma topada

Deus me deu um coração que ama
Alguma tristeza
Destreza e champagne
Quanta gentileza!
Cazuza

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Como a falta de explicações me contraria!
Tudo aquilo que você sabe que está ali, que te entala a garganta, mas que não tem conserto.
Aquela falta incessante de algo ainda inexistente,
a vontade de viver algo ainda não vivido,
as palavras engasgadas querendo dizer algo ainda não dito,
o querer acreditar em novidades antigas...

O que eu não sei por quê nem quando,
o que eu não sei resolver...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quem dera que o mais simples fosse visto como o mais importante...

"Don't let me down..." The Beatles

"Eu ando tão down..." Cazuza


Diz que faz de mim o seu caminho e eu juro que não me perco na trilha de migalhas de pão!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007


E se eu te pedir pra esquecer de tudo?
Será que eu seria inocente o bastante pra acreditar nesse caminho?
Mas a inocência talvez não seja tudo...
Algum dia você se deu conta da falta que faz pra alguém?
Pensamos demais na falta que os outros nos fazem...
O eu, e eterno eu, incompleto!

sábado, 22 de setembro de 2007

"Nas favelas, no senado...
sujeira pra todo lado,
ninguém respeita a constituição,
mas todos acreditam no futuro da nação!
Que país é esse?"
Que país é esse - Renato Russo

É a porra do Brasil!

A mesma porra de Brasil da época de Renato...
de hoje... quiçá de sempre!

Quiçá!



segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Nesse instante... exato instante!

"De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a
madrugada são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que
fizemos ontem"
De ontem em diante - O teatro mágico

sábado, 15 de setembro de 2007

Você existe, eu sei!


"E é só você que tem a cura do meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi"
Legião Urbana

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

"Me sinto só, me sinto só, me sinto tão..."
Skank

Tão desacreditada!











- "O silêncio vai alimentar a minha tristeza!"

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Take a sad song and make it better...


"There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say but you can learn how the play the game
It's easy"
Beatles


sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Só de sacanagem!

"To cansado de tanta babaquice, tanta caretice, dessa eterna falta do que falar!"
Cazuza

Cansada da babaquice, da caretice, das canalhices, da impunidade, da passividade, do deixa-a-vida-me-levar!
Fiz uma pergunta ontem que nem eu mesma soube respoder:
Você acredita que Renan Calheiros será punido?
Mas eu não soube responder, diferentemente das outras pessoas, não por ceticismo, mas porque, num relapso, talvez de lucidez ou de insanidade, não sei, percebi que o que está feito não tem volta! Pode até haver a punição, mas nada vai apagar a canalhice feita, nada vai fazer as pessoas crerem novamente na política, o descrédito nos nossos representantes é cada vez maior e a nossa esperança de um novo futuro pro país, inversamente proporcional.

Mas como diz Elisa Lucinda, eu protesto contra tudo isso! Protesto SÓ DE SACANAGEM! Sendo cada vez mais esperançosa! E eu sei... Eu sei que lá no fundo da gaveta a minha esperança não é vã...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A sua brincadeira de dizer verdades


Smile
Charles Chaplin

Smile though your heart is aching,
Smile, even though it’s breaking,
When there are clouds in the sky
You’ll get by,

If you smile
through your fear and sorrow,
Smile and maybe tomorrow,
You’ll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness,
Hide every trace of sadness,
Allthough a tear may be ever so near,

That’s the time,
You must keep on trying,
Smile, what’s the use of crying,
You’ll find that life is still worth-while,

If you just smile.

sábado, 1 de setembro de 2007

À uma maior abandonada e distante!


"Eu tô pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho de proteção
A um maior abandonado"
Maior abandonado - Cazuza

A música que mais me lembra você e que eu tenho certeza que diz tudo agora!
Adoro o sabor da amizade e odeio o frio da saudade!


=*

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O sabor do novo... do começo!

"Que a razão não diga nada
Os sonhos sempre foram minha fuga
Lembranças perdidas sem sentido
Mas juntas pra mim parecem música."
Meu Reino - Biquini Cavadão


Talvez, frases um pouco clichês para uma primeira postagem, mas nem por isso perdem a precisão e a beleza impressionante que possuem!

=*