sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Do que sabemos bem

Mentira.
É mentira sem tamanho quando digo que você é diversão.
Não que não seja, mas não é assim que eu queria que fosse.
É eu sei nós somos dois loucos jogados nessa confusão de corpos, delírios e sentimentos mal acabados, rebocados com algum tipo de farsa inútil que somente nós podemos entender.
Mentira deslavada quando digo que o cheiro do seu corpo que ficou em todas as partes do meu não mexe comigo, não me dá vontade de sair correndo pra te achar em qualquer lugar que for.
Mentira quando dizemos que vamos nos encontrar de novo.
Mentira dizer o quanto sentimos falta do que ainda não somos e nunca seremos.
Você sabe bem.
Nós sabemos bem.
Somos mentira, ainda que sincera.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Quase perfeição

Uma sexta a noite, um pouco de Blues e melancolia.
A necessidade de uma garrafa de vinho do lado e de uma boa conversa.
Mas eu não quero conversas, nem boas nem ruins.
Quem sabe então, a necessidade de uma companhia. Da companhia e só. E que seja ela quem for. preciso apenas de um corpo. Pulsante, vibrante, estático.
De deitar sobre a grama e olhar o céu, que esteja nublado, estrelado ou limpo. Não importa.
A cabeça e o coração viajam numa velocidade muito maior do que os olhos são capazes de acompanhar. A liberdade emanada do corpo como transpiração de um modo quase dolorido.
Tudo é tão íntimo e natural, agora.
Fecho os olhos e não quero pensar em nada, não penso em nada.
Não há necessidade de palavras, o silêncio hoje é confortável e compreensível.
Está tudo sereno e completo.
Sereno e inexplicável.
Um pouco de Blues e nada mais.

domingo, 4 de janeiro de 2009

2009!

Enquanto fazia planos pra minha viagem de férias eu acabei chegando à conclusão de que as melhores coisa que já me aconteceram foram por pura falta de expectativa. Quando não se espera nada, qualquer coisa que aconteça de bom já é grande o bastante não acha? Mas é impossível sentir essa explosão de empolgação e não criar nenhuma expectativa. Sei lá, talvez eu esperasse que as coisas fossem sempre cor-de-rosa como estão agora. Quem sabe eu esperasse que ele me fizesse uma declaração de amor, me pedisse pra ficar. Quem sabe eu esperasse que alguém tivesse dito que sentiu a minha falta. Quem sabe eu não queria ter ido à lugar algum nesse final de ano e justamente por isso tudo foi impressionantemente inesperado.
Então nesse novo ano eu não quero esperar nada.
Eu não quero esperar coisas boas, não por que não desejo que elas aconteçam mas porque quero sentir cada bom momento tão grande quanto a falta de expectativas pode fazer.
Ainda no reveillon anterior eu me lembro de que me perguntaram quais eram minhas promessas de ano novo.Engraçado isso de fazer promessas para um novo ano, simplesmente por que ele chegou. Se eu nunca consegui cumprir promessas como "Esse semestre eu estudo mais!" ou "A partir de segunda eu começo um regime" ou "Eu nunca mais beijo ele!" eu cumprirei só por que um ano novo começou?
Mas eu acho que esse 2009 merece uma promessa. E a minha promessa é justamente deixar as coisas como são. As coisas como tem que ser. Na hora que tem ser. E foda-se o que teria que ser e nunca foi.