quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aperta o play.

"Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais
Pouco eu não quero mais.
Pouco eu não quero mais.
"
Maria Rita


Não, me desculpe mas eu não quero ouvir mais nada o que você tem a dizer e isso não é mais um dos meus atos de ignorância e petulância. O caso é que você me foi útil por um tempo, nós nos usamos para passar o tempo naqueles dias quentes em que o vento soprava morno e a falta de imaginação era grande demais para discutirmos assuntos maiores. Nós nos usamos também em dias frios em que a preguiça era grande demais pra sair debaixo do edredon, pra mandar parar o filme. Mas eu cansei de ver o filme, cansei de apertar o pause a cada vez que você sentia medo demais de ver qual era a próxima cena. Quero aumentar a velocidade desse drama monótono, quero transformar isso tudo numa comédia/ação/ficção e no que mais for possível. Mas nesse elenco você não foi escalado. Infelizmente o roteiro é grande e perigoso demais pra sua vida tão cautelosa.

E não se assuste se no próximo elenco você se deparar com maconheiros, putas, homossexuais e um roteiro que seria um best-seller de um filmezinho underground. Quero escandalizar, chocar e jogar fora todo aquele rótulo ridículo que um dia eu ajudei a sustentar.

Calma, não precisa se desesperar e nem me dizer que preciso de terapia, nunca falei algo tão sério em toda a minha vida. E ao mesmo tempo nunca experimentei tantas coisas maravilhosamente boas e até então desconhecidas pelo simples medo desse julgamento medíocre. Quero dizer que o meu barco está partindo sem rumo e sem volta, quero dizer que estou a procura do capitão dessa aventura e do senhor da minha direção. E enquanto isso, vou sentindo a brisa bater, e o vento levar. Quem sabe o final do filme dessa vez levante a platéia e arranque belas palmas.