quinta-feira, 21 de maio de 2009

Segredo.

-Posso te contar um segredo?
-Uhum...
-Você estava fazendo ele muito feliz! Então não é pra você ficar triste!

E entre a felicidade e a imensa tristeza contidas nessa frase eu desabei de novo.
Meu muro que nem ao menos tinha conseguido começar a reconstruir se ruiu e sem chances de recuperação. De todas as vontades que já tive, nunca quis tanto mudar a ordem das coisas. Nunca quis tanto reviver um momento.
Já me cansei de escrever, já me cansei de chorar.
Essa dor, eu não sabia, é algo que não sara.
A mente tá oca, vazia, vaga.
As palavras estão poucas.


"Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempre
A vida continua
Os caminhos não são tão simples, temos que seguir
Viajo em pensamentos
Uma estrada de ilusões que eu procuro dentro do meu coração

Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você não vai passar..."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ainda tá difícil. Tem trabalho, tem prova, tem festa, tem o resto dos amigos. Mas não tem você. Tão estranho quando a dor começa a ficar latente, a gente começa a se acostumar com ela. A saudade começou a fazer tanta parte de mim que às vezes me sinto inteira falta. Cheguei à conclusão de que posso perder de tudo nessa vida. Mas não posso perder pessoas.
Em especial eu não podia perder você.
Encontrei um cartão que você me deu ontem.
Doeu. Deu vontade de correr. Aliás, ultimamente vivo com essa vontade louca de sair correndo pra bem longe. Sair correndo até o fôlego acabar, as pernas bambearem, o lugar ficar desconhecido e não haver pessoas ao redor.
Outra coisa que percebi é que criei um mecanismo de defesa contra tudo isso. A cada lugar que eu olho, a cada carro que eu vejo eu espero ardentemente que seja você vindo. A cada perfume que eu sinto, consigo reconhecer exatamente qual era o seu cheiro.
Ainda espero que alguém me acorde disso tudo.

O difícil é pensar o quanto podia ter sido e não foi.
O difícil é pensar o quanto seria e não poderá ser.

Tá difícil.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Você

"Lembro das tarde que passamos juntos
Não é sempre mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais."
Legião Urbana



Eu escrevi pra você hoje sabia? Meu último texto postado foi pra você. Pouco antes da Cris me ligar e eu escutar a frase mais desesperadora que alguém já tinha me dito. Sim, o moreno chocolate perfumado de um metro e oitenta era você. E eu estava incrivelmente brava por você não ter me ligado pra confirmar o nosso programa de sábado. E eu tinha acabado de te mandar uma mensagem. O que eu sinto agora é como se eu estivesse caindo, caindo, caindo... e não tivesse nada em que eu pudesse me agarrar. Como naqueles sonhos em que depois de tanto cair você acorda com aquele pulo. Só que hoje eu não acordei. Hoje não era um sonho.
Quando você durmia tinha esses tiques e pulos e quando eu te dizia, você ria e não acreditava. "Eu nem estava durmindo!". A lembrança que não sai da minha cabeça agora é do último dia que eu te vi. Você ali deitado do meu lado mexendo no meu cabelo enquanto eu durmia e quando acordei você sorriu pra mim um sorriso sereno, calmo: "Branquela durminhoca!".
Agora eu fico pensando quantas vezes eu quis te ligar só pra conversar coisa a toa e não liguei com aqueles medos bobos, aquelas minhas paranóias de sempre. Fico pensando aqui comigo quão injusto é tudo isso, o quanto você não merecia ter ido embora assim, de um jeito tão bruto, quase desumano. Fico imaginando também o quanto você fará falta. É... você era um cara querido! Como dizia a vó de uma amiga minha: "O tempo sempre fecha quando morre alguém muito querido" e hoje foi o dia mais feio da minha vida. As horas não passavam e quando eu imaginava que amanhã você não vai mais me ligar, que eu não vou te ver andando pela faculdade e dizendo: "Errr!" era como se estivessem me esmagando por dentro. Tento pensar que você está num lugar bom agora. No melhor lugar que Deus possa ter nos reservado por que eu não conheço alguém que mereça tanto quanto você. Queria dizer que todas as lembranças que eu tenho são boas e me sinto tão abençoada por você ter se aproximado da gente de novo nos últimos tempos. Foi quando a gente começou a dar certo. Pena que foi por tão pouco tempo, mas tempo o suficiente pra saber que você não é alguém pra se esquecer. Não há alguém que possa falar que você deixou marcas ruins, na verdade posso dizer que você deixou pra nós uma lição de vida e de caráter. Se eu pudesse dizer alguma coisa pra você agora Ket seria: Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na vida!
Tava tentando recolher lembranças suas na memória. Lembrei de como você era certinho com as coisas, de como você sempre puxava minha orelha quando eu fazia coisa errada como se fosse um irmão mais velho. Lembrei das tardes de aulas chatas que a gente sentava perto e conversava besteira a aula inteira. Lembrei do dia que eu te vi pela primeira vez. Putz, são dois anos de coisas demais pra se lembrar.
Mas agora eu já não tenho ninguém pra me chamar de branquela. Eu já não tenho ninguém pra ficar ansiosa por que não me ligou. Já não tenho mais um dos parsas. O grupo parsa perdeu um integrante hoje. Um parsa insubstituível.
Eu queria que alguém me dissesse que é mentira. Que você já tá voltando da sua viagem e que está bem. Que vai me olhar com aquele sorriso de sempre, que tudo vai ficar bem. Eu queria te abraçar. Uma última vez. Aquele abraço apertado que me fazia sentir tão protegida.
Eu queria te dizer que sentia mais do que expressava, que às vezes tinha medo de te pressionar de te perder mais uma vez, pra outro alguém.
Hoje o dia amanheceu mais triste. Hoje o dia está acabando mais triste.
Hoje eu perdi a minha fala, minha ação, minhas forças.
Hoje eu perdi um pouco do que tinha aqui dentro.
Hoje eu perdi você.




Lucas Oliveira Cunha


Sonhando
Mr. Gyn

Se passo o dia, paro e escuto o vento
E ainda não posso entender
Como o improvável insiste em acontecer
Se ando sempre no mesmo caminho
E ainda me encontro com alguém
E vejo que não estou sozinho, eu sei
Se passa o dia, o tempo e conto as horas, e eu sem perceber
Que estou parado vendo o seu retrato,e não vou mais te ver
E vou tentando aceitar
As vezes fujo, corro de mim mesmo, canso e me esqueço de lutar
Sabendo que não posso ser tão tolo assim
Quando me vejo já estou cantando
Solto minha voz e desabafo enfim
Se o telefone toca, eu já sei mesmo que não é você
Se tudo que um dia me falou, eu vejo agora acontecer
Se a saudade aperta e eu não tenho nada a fazer
Senão apenas chorar
Não vou mais querer explicar, eu já sei
Alguém me soprou e falou
Tudo sobre você, que ainda eu vou te ver
Eu quero deitar e sonhar outra vez
Tocar, te ouvir, te sentir
E poder te dizer, como eu amo você
Tocar o meu violão e te ver
Me pedindo pra viver


*Pelo show de amanhã que a gente não vai mais

Então você me liga, faz questão e me chama pra sair. Eu digo que sim, que seria ótimo. Logo em seguida me dá aquele desânimo, aquela preguiça. Era pra isso acontecer? Nunca tinha sentido tamanha preguiça por receber um convite assim.
Mas eu não poderia deixar de aceitar. Um metro e oitenta muito bem distribuídos na tonalidade moreno chocolate. E o perfume? Não. Eu não poderia recusar. Mas essa minha falta de empolgação me perturba.
Mas então depois de me chamar pra sair você desaparece. E isso me tira do sério! Agora eu quero você de qualquer jeito. Daquele meu jeito conhecido: desesperador, impaciente. Quero e quero agora! Por que você não liga? O meu desânimo desaparece e eu me acho estupidamente idiota.
O telefone está tocando agora! É você! Finalmente deu sinal de vida.
Desligo o telefone com aquela mesma preguiça de antes.
Paro pra pensar: algum de nós dois tem a mínima noção do que realmente quer?

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Foco no lugar vazio da mesa. A pessoa que não veio. Pior ainda: a que não existe. É ali que fico, sempre, apaixonada, doendo, esperando. O lugar vazio da mesa, da cama, do planeta. Minha sorte é um bilhete desses de raspar só que o segredo não sai com nada. Meu amor é a cadeira com pé quebrado que tiraram do salão antes que alguém se machucasse. Então me recuso a sentar em outras e vivo entre o cansaço e o medo de cair de mim mesma."
Tati Bernardi

Por que eu não conseguiria descrever melhor.

domingo, 3 de maio de 2009

Vulcão

Necessidade de falar, de me expressar, de cantar qualquer música que seja incômoda o bastante pra esse exato momento. Mas não há palavras o bastante, elas fogem, saem correndo dessa agonia, consigo até reter algumas mas elas insistem em entalar na garganta. E assim eu fico engasgada, entupida de tanta agonia e pouca expressão. Tenho aqui dentro um vulcão prestes a explodir, que vive em intensa atividade mas pouca demonstração de tamanha força. Um dia tudo isso sai daqui de dentro. Um dia o fogo consome tudo e todos ao redor até não restar nada, só a fumaça do que foi e também do que nunca chegou a ser.