sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Tem algo que me persegue, algo que não quer me largar.
Algo que não vem de 2007 e não surgiu com 2008.
Algo anacrônico e independente de qualquer situação.
É a sensação de estar sem lugar, sem rumo, sem direção, sem abrigo.
É a vontade de se esconder sempre que algo novo chega.
É a resistência à grandes mudanças.
É o ter pensando em perder.
É o não querer por antecipação.
É o sofrimento justo e sem causa.
É algo com que já lutei, algo que fiz adormecer, mas que ainda é latente.
Aquilo que não dá pra fingir que não existe, porque mesmo ultrapassado uma vez, ele sempre estará ali, outras e outras vezes, te lembrando o que, simplesmente, não dá pra esquecer.

Algo que nomeei MEDO.

" Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão"
Lenine

Um comentário:

Adrielly Soares disse...

""É o não querer por antecipação.""

Eu queria só por alguns minutos ter esse sentimento.
Sò por uns minutos.
Eu sempre quebro a cara por me jogar.
=/