sexta-feira, 4 de julho de 2008

"Mas sabes principalmente,com uma certa misericórdia doce por ti,por todos,que tudo passará um dia,quem sabe tão de repente quanto veio,ou lentamente,não importa.Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva.¨
Caio Fernando(Natureza Viva,Morangos Mofados)

Belo, vivo, intenso e também insuportável. Insuportável por não conseguir te ver partir e ao mesmo tempo querer que você se vá. Por mim, por você, por nós. Apesar da primeira pessoa do plural nunca ter realmente existido, voltarei a me contentar com a primeira, de novo, no singular.
O singular em toda sua simplicidade e harmonia me parece estranho e incompleto. Me faltam palavras na boca e sobram vazios no coração.
Entre sobras e faltas, me falta o equilíbrio.

4 comentários:

Anônimo disse...

sobrar... faltar... sentir a falta do que não se teve ou o excesso do que não existirá... nunca temos o que imaginamos, mas sim aquilo que nos encontra... mas para se ter ao menos isso um dia, precisamos procurar, mesmo sabendo que não encontraremos, porém nessa procura, seremos descobertos por aquilo que realmente nos é essencial... ;)

Adrielly Soares disse...

" Entre sobras e faltas, me falta o equilíbrio. "
amei . *_*


Lê esse aqui que tem perspectivas melhores.

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."




(Caio Fernando Abreu)

Adrielly Soares disse...

pro coments do New.

Seu comentário me lembrou um conto da Clarice.

No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector.

♥MáH♥ disse...

Acho que vocêeconseguiu expressar, em todo este post, tudo que eu queria, a uns tempos atrás...
"Entre sobras e faltas, me falta o equilíbrio."
E como ele é importante... aff
Mas sabe... quase um ano depois, te digo que o equilibrio volta, aos poucos,mas volta!
E quem sabe a tal da felicidade até existe né?
Bjo grande\!