sábado, 19 de julho de 2008

Sobre qualquer coisa assim

"Saudade de te ter sem te sentir, sem ter sentido, sem saber. Saudade de te ser sem ser lembrada, de saber te ter comigo sem chorar, sem ter sentido. Saudade de te saber antes de tê-lo sentido. Saudade de você como era quando eu me esqueci do rosto dos seus amigos. Quando eu te sabia pouco e só.
Quando eu te conhecia mais que a noite, mais que o álcool, mais que você mesmo."
Laís


Saudade de quando você era mais do que um corpo e só.
Essa sutil diferença entre uma pessoa e um corpo qualquer, entre diversão e sentimento.
Sim, eu sei. Um corpo poderia te suprir uma necessidade, um imediatismo, mas não a sua carência, nem a sua falta de afeto.
Um beijo pode ser prazeroso, mas um abraço pode ser muito mais se ali não estiver somente dois corpos, e sim duas almas, um coração.
Piegas não?
Não!
Não misture pieguismo com sentimentalismo. Mas se você é daquelas pessoas que não sabe a diferença, a sutil diferença, entre o piegas e o sentimental, entre um corpo e um coração. Você não precisa continuar a ler esse texto. Você provavelmente vai terminar de lê-lo e resmungar: "Dor-de-cutuvelo!"
Dizem que as coisas mais bonitas são aquelas escritas assim, à flor-da-pele, com os sentimentos à prova. E sim, que seja dor de cutuvelo ou o que for. E mesmo assim esse texto não vai passar a ser bonito ou admirável e eu nem pretendo que essa seja seu objetivo.
O objetivo desse emaranhado de palavras vomitadas numa página de internet, que menos de meia dúzia de pessoas vai ler, é arrancar essa parte feia e defeituosa de uma pessoa nada perfeita. É tirar um peso nas costas e um nó na garganta.
Um desabafo.
Um desabafo de coisas que já foram ditas milhões de vezes.
Um desabafo de frustração por estar de mãos atadas e coração aos pulos.

Quando tudo já foi dito, quando não há mais nada que fazer, quando você se sente perdida em si mesma, quando você quer mais que corpos, mais que frases displicentes e ações inconsequentes.
Quando você quer mais.
Mais.
Mais.

Mais de mim, de você, de nós.
Mais amor.

Entende?

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