domingo, 28 de setembro de 2008

O azul céu

A porta está ali, aberta e me esperando. É só questão de eu querer sair. Mas não, não é só questão de querer ou não, talvez seja uma questão física, biológica, páranormal ou qualquer outra desculpa que nós sempre arrumamos quando não conseguimos agir.
Agir. É eu preciso agir não é mesmo?
E a porta continua ali, me olhando, me esperando, pedindo pra ser fechada, trancada, esquecida.
Mas não é tão fácil assim não é? Afinal há um cômodo, um espaço e por mais oco que esteja faz parte do todo, não pode ser simplesmente esquecido. Quem sabe se eu ocupasse esse espaço com algo mais? Quem sabe ele não teria alguma utilidade?
E se eu pintasse as paredes de azul céu, se tivessem estrelas desenhadas na janela? Será que esse cômodo pareceria mais limpo, mais organizado, quem sabe até chamaria a atenção.
Mas chamar atenção pra que?
De tempos em tempos esse cômodo é alugado pra alguém que sempre deixa tudo em péssimo estado. Sem estrelas nas janelas e azul céu com cor de cinza tempestade. Então não seria melhor deixar que ele permanecesse assim, vazio? E a porta?
Ela continua me pedindo pra ser fechada.
Mas eu não quero deixar.
Tem pessoas querendo entrar, tem pessoas que eu quero que entrem, mas me falta a coragem de estragar as estrelas, de nublar o céu.
A porta continua lá.

Um comentário:

Adrielly Soares disse...

Ninguém quer morar em uma casa feia neh?
É sempre bom pintar de azul céu, eu queria estrelas na minha janela e portas fechadas.
É quase que aquela história, não corra atras das borboletas neh? Enfeite seu jardim.
É tudo sempre lindo e fácil na teoria.
:)


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