domingo, 5 de outubro de 2008

A cara de boba e o algodão doce

Então ali estava eu sentada no meu banquinho da praça, comendo algodão doce e vendo criancinhas felizes passeando com os pais. Algumas eram realmente quase anginhos, criancinhas loirinhas e de olhos claros que passam por você sorrindo com aquela carinha de inocente, outros são praticamente um furacão em miniatura. Tenho que lhe confessar que nunca gostei muito de crianças sabe. Mas ainda sim, era um dia bonito e calmo. Bom, calmo até o momento em que ele passou por mim.
De jeans claros e surrados, camiseta vermelha e óculos escuros. Não ele não é do tipo que chama atenção pelo visual, muito menos é um moreno capa de revista. Ele é daquele tipo que tem um charme interno, daqueles que te fazem se interessar somente pela curiosidade de descobrir o que tem demais naquele andar, naquele sorriso charmoso. Ah... e que charme! E que perfume...
E que sorriso...
E então eu poderia ter contado um ou dois dias desde o momento em que o avistei ali perto do escorregador onde uma criança brigava com outra e uma mãe tentava desesperadamente separar, até o momento em que ele passou pelo meu banco e pelo meu algodão doce.
E então minha bolsa caiu, acreditem ou não, por obra do acaso, e ele como gentleman que sempre fora pegou-a pra mim, me entregou em mãos e se sentou, disse seu nome, seu endereço, estado civil(não que isso me interessasse), suas preferências e também aquilo que odiava. E adivinhem? Incrível como ele combinava em cada detalhe comigo, incrível como ele conseguia sempre completar a minha frase ou encontrar aquela palavra que esqueci no meio da fala. Incrível como ele sabia sempre o que falar, ou as horas que deveria ficar calado, ou as horas que deveria me beijar.
E então eu poderia não só ter contado um ou dois dias, mas sim anos, décadas, do momento em que ele me abraçou e que todos os gritos das crianças e de seus pais, das buzinas nas ruas e do carro de propaganda política pararam de fazer sentido e se transfomaram em uma melodia perfeita, uma nova canção tema pra nós. Quase uma marcha nupcial.
Mas agora meus pés estavam grudando e isso não fazia parte da música, do beijo, do clima perfeito.
Dali em diante, eu poderia contar apenas alguns segundos do momento em que ele passou e sorriu pra mim, aquele sorriso lindo e lerdo, com certeza por me ver ali, sentada num banco de praça com um short horroroso em uma camiseta velha, olhando pra ele com uma cara de boba, sem perceber que o algodão doce tinha caído e estava ali aos meus pés, justamente onde estivera a minha bolsa. Mas diferentemente dos meus delírios ele não parou para pegar o meu algodão doce rosa melecado, ele simplesmente passou e sorriu. Me deixando ali, com a marcha nupcial, as crianças e a cara de boba.

Um comentário:

Adrielly Soares disse...

Me diz que isso aconteceu, me diz que isso aconteceu.
ashdiahsdiuashdiuashdiuasiduaiuhdsaiushdiahsdiaudsiudh
racheiii demais da conta.
Imaginação foda.

Gracinha, te amo.
vemaquiemcasamaisvezes.
=*