Ainda tá difícil. Tem trabalho, tem prova, tem festa, tem o resto dos amigos. Mas não tem você. Tão estranho quando a dor começa a ficar latente, a gente começa a se acostumar com ela. A saudade começou a fazer tanta parte de mim que às vezes me sinto inteira falta. Cheguei à conclusão de que posso perder de tudo nessa vida. Mas não posso perder pessoas.
Em especial eu não podia perder você.
Encontrei um cartão que você me deu ontem.
Doeu. Deu vontade de correr. Aliás, ultimamente vivo com essa vontade louca de sair correndo pra bem longe. Sair correndo até o fôlego acabar, as pernas bambearem, o lugar ficar desconhecido e não haver pessoas ao redor.
Outra coisa que percebi é que criei um mecanismo de defesa contra tudo isso. A cada lugar que eu olho, a cada carro que eu vejo eu espero ardentemente que seja você vindo. A cada perfume que eu sinto, consigo reconhecer exatamente qual era o seu cheiro.
Ainda espero que alguém me acorde disso tudo.
O difícil é pensar o quanto podia ter sido e não foi.
O difícil é pensar o quanto seria e não poderá ser.
Tá difícil.
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